
Serie Incentivo Floresta Sustentável em tempo de mudanças climáticas. – Parte I
No amazonas, a floresta é um laboratório vivo. E o conhecimento, cada vez mais, é o novo ouro. Ciência e tecnologia saem dos grandes centros de pesquisa e chegam às comunidades, às escolas e às startups que unem saber tradicional e inovação.
Pensando nesse potencial, acontece até quinta-feira, dia 9/10, a 4ª edição do inova, em Itacoatiara, a 176 quilômetros de Manaus. O evento é apoiado pela fundação de amparo à pesquisa do estado do Amazonas a FAPEAM e integra o programa de apoio à popularização da ciência, tecnologia e inovação.
O tema deste ano, “ia e empreendedorismo transformando a Amazônia sustentável”, propõe refletir como a inteligência artificial e o espírito empreendedor podem impulsionar soluções reais para os desafios amazônicos.
A coordenadora do projeto, professora Deolinda Garcia, doutora em agronomia tropical pela universidade do estado do amazonas, explica que o evento também avalia os resultados da incubadora do centro de estudos superiores de Itacoatiara, mantida em parceria com o SEBRAE-AM.
“esse evento acontece para sensibilizar a comunidade acadêmica, gestores públicos, pesquisadores, todas as outras pessoas interessadas em conhecer sobre empreendedorismo e inovação e conseguirem usar essas informações recebidas para transformar em ideias e negócios. A incubadora abre editais possibilitando a permanência de empresas residentes usando espaço físico dentro da universidade para o desenvolvimento de negócios, mas que necessitam desse vínculo com a incubadora para acessar recursos de programas prioritários e outros editais de fomento e de recursos não reembolsáveis para o desenvolvimento de negócios.”
A incubadora tem como objetivo estimular ideias sustentáveis e criar caminhos para o desenvolvimento econômico do interior, fortalecendo projetos que mantêm a floresta em pé.
A professora Deolinda Garcia destaca que esses projetos geram oportunidades e novos negócios baseados na inovação local.
“no interior do estado, não tem oportunidade de emprego para todos que se qualificam, que Itacoatiara já concentra no cenário promissor em razão da existência de instituições como a própria UEA, a UFAM, o IFAM, o SENAC, o SENAI, o SESI e outras faculdades particulares. Essas pessoas estão qualificando aqui, mas não tem oportunidade de serem absolvidas pelo mercado local. A nossa intenção é mostrar que existem outras saídas para gerar emprego e renda, e uma dessas formas é empreender usando a inovação.”
Ela explica ainda que muitas dessas empresas já conseguem financiamento para transformar as ideias em empreendimentos reais.
“incubadora de Itacoatiara hoje tem quatro empresas incubadas de forma residente, empresas que têm como gestores, como CEOS, alunos da própria UEA ou participantes da comunidade. E essas empresas já estão gerando produto e comercializando em fase de teste, que nós chamamos de produto mínimo viável, mas já conseguiram ter acesso a financiamentos.”
Um exemplo é a startup Manoa, que desenvolve tecnologias a partir de resíduos florestais. Elias neto, um dos participantes da incubadora, explica que entre as iniciativas do grupo está a criação de um aplicativo interativo.
“nós trabalhamos com o desenvolvimento de produtos a partir de resíduo florestal, tanto industrial quanto da própria floresta em si, da produção da floresta. Mas muito mais que isso, estamos preparando uma plataforma como quesito de inovação que vai permitir que qualquer pessoa consiga personalizar seu produto dentro dessa plataforma e ver como isso vai ficar pronto em tempo real, renderizar em tempo real. Fazemos parte da incubadora e a gente recebe todo o apoio possível e muito importante nessa fase inicial. E tudo isso faz muita diferença para uma empresa como a nossa que está em fase inicial.”
Esse é um dos muitos projetos que aliam inovação, desenvolvimento regional e preservação da Amazônia. A programação do inova inclui painéis, plenárias, oficinas, feira de negócios, um café com mulheres empreendedoras e até uma competição de imagens criadas por inteligência artificial. As atividades acontecem, em sua maioria, na sede do SEBRAE em Itacoatiara e devem reunir cerca de 600 participantes, entre estudantes, empreendedores e pesquisadores.
A FAPEAM destaca que o programa de popularização da ciência é um dos principais instrumentos de democratização do conhecimento e fortalecimento da política pública de ciência, tecnologia e inovação no Amazonas. A ministra de estado da ciência, tecnologia e inovação, Luciana Santos, afirmou que iniciativas como essa são essenciais para o futuro da floresta e para a construção de soluções que o mundo espera da Amazônia.
“É uma grande alegria levar o incentivo do ministério da ciência, tecnologia e inovação a este evento que é de inovação e empreendedorismo no interior do amazonas. Meus parabéns para a incubadora da empresa universidade do estado do amazonas e ao SEBRAE amazonas por unirem forças também com outros parceiros para fazer e pulsar ainda mais esse que já é um ecossistema estratégico de conhecimento e inovação. Que este evento com seu tema e a empreendedorismo transformando a Amazônia sustentável, inspire ainda mais a comunidade acadêmica, nossos gestores, empreendedores, homens e mulheres inovadoras a seguirem transformando o conhecimento em soluções reais para a região. Porque é disso que a gente precisa. Nós temos um compromisso muito grande com o enfrentamento às assimetrias regionais. Queremos que cada pedaço do brasil seja um território de ciência e inovação. E é uma alegria ver esse movimento em Itacoatiara, ainda mais aliando tecnologia, empreendedorismo, a preservação ambiental e ao desenvolvimento das comunidades. Locais.”
Num momento de mudanças globais, a Amazônia mostra que é possível aliar conhecimento, tecnologia e sustentabilidade. Com projetos como o inova, o Amazonas reafirma sua capacidade de criar e inspirar o mundo a olhar para a floresta como fonte de vida e de futuro.